Após denúncias, Banco do Brasil suspende patrocínio à CBV

12/12/2014 12:36

O Banco do Brasil emitiu uma nota oficial nesta quinta-feira (11) anunciando a suspensão dos pagamentos dos contratos com a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). A divulgação dessa medida é resultado do relatório da Controladoria Geral da União (CGU) que confirmou uma série de denúncias contra a entidade, que rege o vôlei no Brasil

 

Banco do Brasil suspende patrocínio à CBV

Banco do Brasil suspende patrocínio à CBV

CGU detecta irregularidades em contratos da Confederação Brasileira de Vôlei

Relatório divulgado quinta-feira (11) pela CGU apontou irregularidades em 13 contratos da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) que, juntos, somam R$ 30 milhões. As investigações apontaram que empresas contratadas pela CBV pertencem a dirigentes e ex-dirigentes da confederação ou de pessoas ligadas a eles.

Segundo a CGU, parte do bônus de performance ofertados pelo Branco do Brasil (BB) não eram pagos pela CBV aos atletas e à comissão técnica. Isso ocorreu, de acordo com o relatório, ao mesmo tempo em que houve um aumento de despesas administrativas e operacionais, entre 2010 e 2013, “muito maiores” que os índices de inflação no período. Foi quando, conforme a controladoria, a CBV contratou empresas de dirigentes, ex-dirigentes e de seus parentes.

O dinheiro ia para empresas de pessoas ligadas à CBV, segundo detectaram os técnicos da CGU. Duas delas, de propriedade de genros de Ari Graça, ex-presidente da CBV, receberam R$ 2,7 milhões. A suspeita da controladoria é que essas empresas não existam. Outras duas empresas, sem sede física e que têm como sócio o ex-diretor da CBV Marcos Antônio Pina Barbosa, receberam juntas R$ 6,6 milhões.   

O relatório também aponta que o ex-superintendente da confederação, Fábio Azevedo, é sócio de três empresas que receberam R$ 14 milhões da CBV e nenhuma tem estrutura física. Outro ex-superintendente da entidade, José Fardim, é proprietário de uma empresa que recebeu R$ 1 milhão. Mais cinco empresas ligadas a dirigentes da confederaçãp, segundo a CGU, receberam, ao todo, cerca de R$ 5 milhões.

“A verificação dos atuais ocupantes de cargos de direção da CBV e o confronto com as empresas que prestaram serviços a ela revelam a continuidade da prática de contratação de empresas ligadas a dirigentes e funcionários da entidade”, diz a controladoria em nota. O órgão fez recomendação à CBV e ao BB.

Para a Confederação Brasileira de Vôlei, a CGU recomendou, entre outros, a adoção de medidas administrativas e legais para o ressarcimento dos gastos com serviços sem comprovação de execução, a adoção de um regulamento para contratações que defina padrões de governança mínimos e a instituição de um comitê para apoio do conselho diretor na tomada de decisões de longo prazo.

A CGU informou que o Banco do Brasil não é responsável pelas irregularidades, mas recomendou o fortalecimento dos controles internos em relação aos patrocínios em geral e que o banco deve verificar o cumprimento de uma série de condições pela CBV