Globo não confia na Interatividade e esconde a Globeleza
Interatividade é um dos nomes que ganham a feroz competição em que tevê e internet se engalfinham, de olho no futuro próximo da comunicação de massa.
A tevê, por tradição, impõe um padrão de recepção passiva, o espectador escarrapachado na poltrona a engolir a indigente, ou indigesta, dieta que lhe é apresentada. A web, ao contrário, é hiperativa, excita o usuário a uma relação de afirmação e autonomia, liberta o internauta das amarras da grade fixa de qualquer programação.
Para estancar a irremediável migração da informação e do entretenimento para a internet, a televisão esforça-se para abrir caminhos para que o espectador saia da pasmaceira e consiga interagir com aquilo que aprendeu a assistir com distanciamento.
Reality shows como o BBB e A Fazenda oferecem a ilusão de poder decisório. Emissões como The Voice Brasil aproximam emocionalmente candidatos, artistas e seu vasto auditório eletrônico. Mas no geral o convite à participação é tão risível quanto as perguntas feitas durante partidas de futebol aos comentaristas sabichões.
A Globo chegou a pensar em deixar nas mãos, aliás, nos olhos e na fantasia dos que a frequentam a escolha da nova Globeleza, a sacolejante sílfide que preside as noitadas de carnaval tendo como figurino uma pintura de pele. Desistiu. Talvez não confie nos critérios estéticos da audiência. Talvez seja um exagero de democracia com o qual o padrão Globo não está acostumado.
Nayara Justino, a nova Globeleza, foi escondida pela Globo por duas semanas. Simplesmente tiraram a mulher do ar da vinheta de Carnaval, dando mais espaço ao sambista Arlindo Cruz.
Muitas pessoas ficaram perguntando o motivo, o sumiço virou assunto nas redes sociais.
A verdade é que o público não gostou da moça. Nayara foi duramente criticada. O índice de rejeição foi tão grande que a Globo não sabe o que fazer com ela, tadinha.
A moça está expressamente proibida de dar entrevistas. A ordem é escondê-la o máximo possível.
Nayara Justino, além das críticas, virou piada na internet. Fizeram uma montagem comparando-a ao Zé Pequeno, personagem do filme Cidade de Deus, dizendo que os dois são parecidos.