Jandira Feghali foi agredida na Câmara

07/05/2015 09:13

Jandira acionará Justiça por apologia à violência de gênero

“A violência contra a mulher não é o Brasil que a gente quer.” Com este refrão, parlamentares, encabeçados pela Bancada Feminina da Câmara, se solidarizaram com a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), após agressão do deputado Roberto Freire (PPS-PE) e ameaça do deputado Alberto Fraga (DEM-DF) – que defendeu a violência contra a mulher.

O deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) afirmou nesta quarta-feira (6), no plenário da Câmara, que mulher que "bate como homem, tem que apanhar como homem também".

“Parece que as noites na Câmara não têm como piorar nesta Legislatura. Fui agredida fisicamente pelo deputado Roberto Freire durante discussão das medidas provisórias 664 e 665. Pegou meu braço com força e o jogou para trás. O deputado Alberto Fraga, não satisfeito com a violência flagrada, disse que ‘quem fala como homem deve apanhar como homem’ na minha direção. Fazia menção a mim. É assustador o que está acontecendo nesta Casa. Em trinta anos de vida pública jamais passei por tal situação. Parece irônico a mulher que escreveu o texto em vigor da Lei Maria da Penha seja vítima de um crime como este”, afirma a parlamentar.

De acordo com Jandira, a atitude de Fraga terá repercussão judicial. “Meus advogados vão acionar judicialmente o senhor Fraga pela apologia inaceitável. Esta medida já está sendo encaminhada. Minha trajetória é reta, ética e coerente dentro da política desde quando me tornei uma pessoa pública, na década de 80. Não baixarei a cabeça para nenhum machista violento que acha correto destilar seu ódio. A Justiça cuidará disto. E ela, sim, pesará sua mão.”

Os ataques começaram depois que o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) exigiu punição aos manifestantes contrários à Medida Provisória 665/14, que jogaram cópias de notas de dólar sobre o Plenário durante a votação da matéria, nesta quarta-feira (6).